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Mário Macilau orienta oficina sobre interculturalidade no Brasil

Gênero : Comunicados
Contacto David Bamo
Principal país relacionado : Rúbrica : Fotografia
Mês de lançamento : 2016
Publicado em : 31/05/2016
Fonte : SoArte Media

O fotógrafo moçambicano Mário Macilau, acaba de ganhar uma bolsa para a criação de uma oficina de formação denominada Cultura, similaridades e diferenças.
Trata-se de um apoio da Itaú Cultural, uma instituição privada que pertence ao banco brasileiro Itaú voltada para a pesquisa e a produção de conteúdo e para o mapeamento, o incentivo e a difusão de manifestações artístico-intelectuais
A escolha do projecto de Mário Macilau, teve em conta o bom desempenho, experiência e visão demonstradas durante as intervenções do fotógrafo moçambicano em recentes actividades na faculdade de artes visuais da FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado, onde actualmente se encontra em residência artística.
Há 27 anos que Itáu Cultural promove e divulga a produção artística brasileira – dentro e fora do país, tendo como visão Inspirar e ser inspirado pela sensibilidade e pela criatividade das pessoas para gerar experiências transformadoras no mundo da arte e da cultura brasileiras.
A entidade brasileira diz que é uma grande satisfação apoiar e receber as oficinas de formação criadas pelo jovem fotografo Mário Macilau, que para além da fotografia, vai desenvolver o potencial criativo dos participantes com o recurso da expressão livre no fazer artístico e na exploração de diversos materiais existentes ou respeitando as possibilidades que todos participantes tem. A oficina vai juntar mais de 20 participantes, e contempla uma plataforma de interacção.
Para Mário Macilau "esta é uma oportunidade excelente não simplesmente pelo apoio financeiro mas sim pelo apoio moral e pela quebra da fronteira entre Moçambique e Brasil, se calhar essa oportunidade vai também motivar instituições similares em Moçambique a levar artistas visuais com mais seriedade uma vez que no nosso país as instituições privadas simplesmente apoiam ou consideram unicamente a música como arte".
Macilau acrescenta que "quando desenhei o projecto levei diversas notas em consideração desde as nossas origens, diferenças e similaridades tendo em conta que a cultura é o conjunto de crenças, comportamentos, linguagens e de toda a forma de vida de um determinado tempo ou grupo de pessoas localizada num determinado espaço geográfico dentro do nosso amplo universo".
Portanto para um artistas no Brasil vindo de Moçambique, um país que se localiza no sul da África e que fala a mesma língua que a maioria dos brasileiros, pertencendo aparentemente a um determinado grupo dentro de uma das comunidades Brasileiras sendo difícil a distinção do seu grupo étnico quando se integra num ambiente local, ainda mais vindo de um país que contém traços culturais comuns em relação ao Brasil e por sendo um artista jovem, a sua maior preocupação encontra-se num processo constante de adaptação abstracta ou concreta do que é culturalmente aceitável num determinado espaço e em simultâneo busca constantemente os diferentes traços culturais que unem ou dividem os seres humanas por suas crenças ou práticas distintas que divergem a possibilidade de união, apesar de seu objecto ser de união e entendimento.
Mário Macilau acredita que antes de solucionar é preciso voltar ao passado para simplesmente entender a origem do problema para poder perceber quais são essas tais diferenças e porque elas existem? De que forma podem ser exploradas, compartilhadas, executadas e discutidas em conjunto através de várias e diversas formas de expressão artística?
Neste contexto, Mário Macilau pretende criar uma oficina intensiva contando com a participação de 20 participantes. Estas oficinas propõem a escultura de um imaginário colectivo que se afasta da possibilidade de criar qualquer peça de arte a longa distância e se isolando da sua subjectividade. "Trata-se de um processo experimental em que o ponto de partida para criar tais peças parte antes das nossas próprias histórias, nossos hábitos, nossas acções validas segundo os parâmetros culturais dos quais nos identificamos com", realça a fonte.
A oficina Cultura, similaridades e diferenças pretende criar estratégias de envolvimento em transformação global de padrões sociais de representação, interpretação e comunicação, integrando maneiras que podem mudar senso de auto conforto ou da sensibilidade em expor a nossa vida, imagem, identidade ou segredo a todo mundo.
"Esta ideia surge como um ponto de partida teórica à pratica como uma possibilidade de aprender mas também como um meio de reflexão colectiva sobre o passado ao corrente presente. Desde há muitos anos, a nossa história foi adulterada, a nossa cultura foi omissa e até hoje a nossa cultura, história é contada por quem vem de fora", recorda Mário Macilau.
O jovem fotógrafo acredita que "esta oficina não será um fim mas sim uma oportunidade de reverter o espelho para nós mesmo, para vermos a nossa própria imagem no reflexo e contribuir para a criação do novo caminho para o futuro através de manifestações artísticas e culturais como um meio válido de expressão activa".

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